O BRASIL VAI LEVAR LOUVOR, ROCK E AXÉ PARA A JMJ MADRI

A tão esperada hora do embarque está chegando e eles, como quaisquer outros peregrinos, estão cheios de ansiedade. Todos também são jovens e alguns estarão participando da Jornada Mundial da Juventude pela primeira vez. Mas esses peregrinos têm, em suas agendas, um compromisso a mais do que os outros. Eles vão rezar e adorar, participar das missas e catequeses, mas também vão cantar.
A organização da JMJ convidou alguns artistas brasileiros para se apresentarem durante o Festival da Juventude, que vai agitar a capital espanhola durante a Jornada. O grupo é bastante eclético, reunindo cantores dedicados a músicas de louvor, grupos de rock e axé e uma companhia teatral.
Evangelização da juventude 
Entre eles a cantora Ir. Kelly Patrícia, que participará pela primeira vez da Jornada Mundial da Juventude.
- É com muita alegria que vamos participar representando o Brasil na Jornada. A minha expectativa é de que realmente Nosso Senhor nos use para animar o coração do jovem para a busca de Deus.
Freira de Fortaleza, Irmã Kelly Patrícia já tem carreira longa, com canções inspiradas principalmente nos textos de Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz. Em seu trabalho mais recente, no entanto, se aproximou de uma musicalidade mais jovem.
Repertório de louvor também é característica de Davidson Silva e Márcio Cruz, outros dois cantores que irão à JMJ. O mineiro Davidson, membro consagrado da Comunidade Católica Shalom, vai à sua segunda Jornada, mas pela primeira vez irá cantar e ficou muito feliz com o convite.
- Como consagrado, minha missão se torna mais densa com a juventude. Eu, como jovem, posso evangelizar outros jovens, posso mostrar para a juventude que há possibilidade de viver a palavra de Deus em meio às dificuldades – afirma.
Já o paranaense Márcio Cruz cantará pela segunda vez numa JMJ. Em Sidney (2008) , já havia participado do Festival do Juventude e chegou, inclusive, a gravar uma versão em português no hino daquela Jornada. Márcio Cruz conta que muitas decisões importantes de sua vida foram tomadas durante as JMJ e afirma acreditar que a Jornada de Madri também será uma experiência transformadora.
- Quem vai à Jornada deve vivê-la intensamente. É um momento transformador, e posso dizer isso por experiência própria. Vá despojado de si, vá aberto para ouvir aquilo que a Igreja propõe para o nosso tempo. O Papa falará para a juventude para que possamos caminhar com fé e responsabilidade, para sermos jovens conscientes, que evangelizam outro jovens. Ali na Jornada, você pode ser liberto para libertar outros jovens – diz.
Rock e engajamento
Já as bandas Beatrix e Anjos da Última Batalha (A. U. B.) querem levar o novo rock brasileiro para a Jornada.
Enquanto finaliza os últimos detalhes para o lançamento de seu novo álbum, a banda Beatrix, do interior de São Paulo, faz os preparativos para se apresentar em Madri. Com letras falando da realidade da juventude e da necessidade de mudar o mundo, eles veem na participação no Festival da Juventude a realização de um sonho.
- A Jornada tem tudo a ver com as questões que abordamos e defendemos. Tem tudo a ver com a questão da unidade, além de ser um grande retiro espiritual, um grande investimento na espiritualidade – afirma a vocalista Lize Borba.
Vindos do Paraná, assim como o cantor Márcio Cruz, os rapazes da banda A.U.B. contam que “a ficha ainda não caiu”, ainda não se deram conta de que vão cantar para jovens do mundo todo na Jornada. O foco desses roqueiros católicos é estimular, nos jovens, a caridade.
- Nós nos vemos como instrumentos de Deus. Temos que procurar no dia a dia entender o que Deus quer de nós; a missão é de Deus - destaca o guitarrista Fabrício Augusto.
A banda Rosa de Saron preparou um show exclusivo para a jornada com versões de seus grandes sucessos em inglês e espanhol. Os peregrinos da JMJ poderão ouvir sucessos como “Do alto da pedra”, “Sol da meia noite”, “Sem você”, entre outras.
- Com certeza será uma experiência emocionante, que irá abrir nosso coração e nossas cabeças para uma dimensão maior da nossa Igreja - afirma Rogério Feltrin, baixista do Rosa de Saron.
Alegria
Um ritmo bem brasileiro também vai tomar conta de Madri: o axé da banda Dominus. O ritmo é tipicamente baiano, mas a banda é de Belo Horizonte e é a primeira do Brasil a juntar o estilo alegre do axé com letras católicas. EM seus shows, eles procuram chamar a atenção dos jovens para Deus e para a luta contra os problemas da sociedade.
- O nosso foco hoje é totalmente para os jovens, em cima dos ritmos, das danças, da proposta, das mensagens que acontecem entre uma música e outra. A gente sempre coloca o combate às drogas, a valorização da família – afirma o vocalista Leo Rabello.
Além deles, vão se apresentar no Festival da Juventude durante a JMJ Madri, a banda Rosa de Saron e Sangue e Água (que se apresentará junto com as bandas Beatrix e A.U.B), o grupo Missionário Shalom e os artistas do espetáculo teatral O Canto das Írias.
Para o assessor nacional da Comissão para a Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, a participação desses grupos na Jornada Mundial da Juventude  representarão bem a cultura brasileira.
 - Todos nós sabemos que o Brasil é um país multicultural, com muitas expressões artísticas. Somos convidados como Igreja Católica a sempre poder evangelizar em diferentes lugares. As nossas bandas querem representar a nossa alegria, a nossa musicalidade, jovialidade e, acima de tudo, o nosso testemunho cristão – afirma.

Por Moisés Nazário, Fernando Geronazzo e Felipe Rodrigues
 

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