“Viver a unidade, ser um, mas ser radical no que não seja coerente, ser violento de coração. Queridos jovens, hauri desta consciência uma firme confiança: o esforço do cristão jamais é em vão. O cristão nunca trabalha sozinho. Não o esqueçais! Cada crente é um instrumento de Deus e com ele atua Cristo, mediante a força do Espírito Santo. Deixai que Deus atue em vós e por meio de vós. E para que isto se realize, bem sabeis a que meios se deve recorrer: trata-se dos sacramentos, da oração, da prática das virtudes, da santificação do trabalho, assim como da direção espiritual.” (Discurso do Papa João Paulo II).
As palavras do Papa João Paulo II enchem o nosso coração do desejo da fidelidade e, mesmo diante dos desafios que sabemos que existem para testemunhar nossa fé, somos inflamados a viver com coerência o que Deus nos chama. Em nosso coração deve existir uma profunda alegria por estarmos em um meio tão propício para a evangelização, entretanto os alguns “novos conhecimentos” poderão abalar a nossa fé se esta não estiver sólida e fundamentada na Palavra de Deus e no Magistério da Igreja.
Em um mundo onde a competição acaba muitas vezes sendo o motor a conduzir os estudos e as novas descobertas, somos chamados a testemunhar com nossas vidas que ser um bom profissional é importante, mas que a nossa inteligência é um dom de Deus, e que todo o nosso empenho tem um sentido muito maior que adquirir riquezas; o nosso empenho e a nossa alegria é saber que no futuro, com retidão e profissionalismo, poderemos servir a Deus e humanidade.
A realidade dos jovens hoje é muitas vezes marcada pela desordem do pecado, onde não se tem mais o sentido do eterno, das coisas que não passam. Entretanto, a Verdade continua e continuará sempre a atrair os corações, pois foi para ela que fomos criados. Se na universidade tivermos coragem e ousadia para dar de graça o que recebemos de graça, muitos corações que ali estão sedentos, beberão da fonte de Água Viva e outro sentido darão a suas vidas, hoje na vida acadêmica e amanhã profissionais verdadeiramente felizes e autênticos.
No nosso dia-a-dia nos deparamos com muitas realidades e pensamentos que não condizem em nada com a nossa fé, e por vezes “balançam” aqueles que têm ainda sua fé fraca. Entretanto, em tudo isso abre-se um caminho para conhecermos mais a Igreja, o que ela nos diz, o que nos pede, bem como toda a sua história. Abre-se um caminho também para nos aprofundarmos na Palavra de Deus, e por vezes com atos heróicos, testemunhar com a nossa vida, no meio dos amigos e dos professores, a obediência a Igreja.
Na amizade profunda e sincera com Deus está a melhor maneira de ser um jovem universitário cristão, pois com Ele aprenderemos a hora de falar e como falar diante de assuntos que são tão polêmicos.
“Filhos meus, só tendo em vós esta graça divina, que é alegria e paz, podereis construir alguma coisa válida para os homens. Considerai, portanto, a vossa vocação universitária nesta magnífica perspectiva cristã. O estudo hoje, a profissão amanhã, tornam-se para vós caminho para encontrar a Deus e servir os homens vossos irmãos; tornam-se, quer dizer, caminho de santidade, como resumidamente se exprimia o caríssimo Cardeal Albino Luciani pouco antes de ser chamado a Sé de Pedro com o nome de João Paulo I: ‘Lá, bem no meio do caminho, no escritório e na fábrica, faz-se a gente santa, contanto que desempenhe o próprio dever com competência, por amor de Deus e alegremente; de maneira que o trabalho cotidiano se torne não o trágico cotidiano, mas quase o sorriso cotidiano’ (De Il Gazzettino de 25 de Julho de 1978)”.
Com certeza não é fácil, mas novo e verdadeiro sentido teremos hoje em nossas universidades se assim vivermos, e com certeza colheremos no futuro, o que hoje plantamos, não vale a pena abandonar a nossa fé por nada.
Mediante o dom da fé encontramos Aquele que se apresenta com estas palavras surpreendentes ‘Eu sou a verdade’ (Jo 14, 6). Jesus é a verdade da criação e da história, o sentido e o destino da existência humana, o fundamento de qualquer realidade! A vós, que acolhestes esta Verdade como vocação e certeza da vossa vida, compete demonstrar a racionalidade também no ambiente e no trabalho universitário. Então, impõe-se a pergunta quanto incide a verdade de Cristo no vosso estudo, na pesquisa, no conhecimento da realidade, na formação integral da pessoa? Pode acontecer mesmo entre os que se professam cristãos, que alguns nas Universidades se comportem realmente como se Deus não existisse. O cristianismo não é uma simples preferência religiosa subjetiva, em última análise irracional, limitada ao âmbito privado. Como cristãos, temos o dever de testemunhar quanto afirma o Concílio Vaticano II na Gaudium et spes “a fé ilumina todas as coisas com uma luz nova e nos faz conhecer a vontade divina sobre a vocação integral do homem, orientando assim o espírito para soluções plenamente humanas” (n. 11). Devemos demonstrar que fé e razão não são inconciliáveis, aliás, “a fé e a razão são como as duas asas com as quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (cf. Fides et ratio, Intr.).
Que o Senhor conceda a graça a todos nós, universitários cristão, de não deixar com que os desafios da realidade nos roubem a felicidade de sermos fiéis.
Daniele Costa
Fonte: Comunidade Shalom
0 comentários:
Postar um comentário