PENTELHECOSTES: "E COMEÇARAM A FOFOCAR EM LÍNGUAS..."

Nas nossas paróquias, pastorais e comunidades de fé, muita gente manifesta o dom das línguas… das línguas cheias de maledicência, de intriga e de difamação.

Infelizmente, é comum imaginar o ato da fofoca como um pecadinho de pouca monta, e assim o povo não se esforça para corrigir este vício odioso. É preciso que nos ajudemos a amadurecer a consciência de que, na maior parte das vezes, falar mal dos outros produz grandes estragos e mancha gravemente a alma do linguarudo.

A chicotada produz um ferimento, porém uma língua má quebra os ossos. Muitos homens morreram pelo fio da espada, mas não tantos quanto os que pereceram por sua própria língua. (Ecle 28:21-22)

Derrete teu ouro e tua prata; faze uma balança para (pesar) as tuas palavras, e para a tua boca, um freio bem ajustado. Tem cuidado para não pecar pela língua, para não caíres na presença dos inimigos que te espreitam, e para que não venha o teu pecado a ser incurável e mortal. (Ecle 28:29-30)

Quem já não perdeu bons amigos por causa de uma calúnia? Quem já não foi prejudicado no colégio, na universidade ou no trabalho? Quem já não confiou um segredo a alguém e acabou “na boca de Matilde”? Quem já não foi tentado a deixar a Igreja em razão de fofocas? E, afinal… quem nunca fez uma fofoca?

Observando, as Escrituras, podemos ver que o fenômeno de “Pentelhecostes” não é novo: no Antigo Testamento há diversas passagens advertindo sobre o problema das “línguas de fogo” que queimam a reputação e a paz alheia. A extensão deste mal é tão nefasta que, segundo São Tiago, se uma pessoa se diz fiel a Deus e não controla a sua língua, a sua religião é vã (Tiago 1:26). Por outro lado, quem procura ser sensato em tudo o que diz está no caminho da perfeição:

Se alguém não cair por palavra, este é um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu corpo. Quando pomos o freio na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, governamos também todo o seu corpo. (…)
Considerai como uma pequena chama pode incendiar uma grande floresta! Também a língua é um fogo, um mundo de iniqüidade. A língua está entre os nossos membros e contamina todo o corpo; e sendo inflamada pelo inferno, incendeia o curso da nossa vida. 
Todas as espécies de feras selvagens, de aves, de répteis e de peixes do mar se domam e têm sido domadas pela espécie humana. A língua, porém, nenhum homem a pode domar. É um mal irrequieto, cheia de veneno mortífero.
Com ela bendizemos o Senhor, nosso Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede a bênção e a maldição. Não convém, meus irmãos, que seja assim. (Tiago 3:2-9)

“Mas eu só estou dizendo a verdade!”. É assim que os fofoqueiros se justificam. Entretanto, pecar com a língua não se restringe somente a divulgar mentiras ou informações temerárias, mas também revelar a outros os defeitos ou pecados do próximo, ainda que isso seja verídico.

Falar mal de alguém só é justificável quando se procura evitar algum mal com isso. Exemplo: uma amiga sua está interessada em um carinha, que se aproximou dela omitindo o fato de já ter uma namorada. Sabendo disso, você a adverte.

Mas, cá pra nós, esses casos “filantrópicos” são minoria: quase sempre, quando comentamos os podres de alguém, é pelo puro prazer de destilar veneno.

E não é só o falador quem peca: quem dá trela a pessoas maledicentes também colabora com o mal. Por isso, se alguém vier com esses papos pro seu lado, trate logo de se esquivar. A Bíblia diz que não devemos nos juntar com pessoas faladoras (Prov 20:19) e, se ainda assim chegar aos nossos ouvidos uma fofoca, a dica é: abafa o caso!

Ouviste uma palavra contra o teu próximo? Abafa-a dentro de ti; fica seguro de que ela não te fará morrer. (Ecle 19:10)
Protege teus ouvidos com uma sebe de espinhos; não dês ouvidos à língua maldosa, e põe em tua boca uma porta com ferrolhos. (Ecle 28:28)

Bem, se mesmo depois de muita oração e boa-vontade você ainda não conseguir se livrar da mardita mania de falar mal dos outros, considere a possibilidade de passar cola SuperBonder nas beiças. É melhor entrar no Paraíso com o bico lacrado do que ser lançado no fogo do inferno com a língua solta!

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Aviso aos parvos: não passem cola nas beiças!!! Já ouviu falar em metáfora?
Fonte: O catequista

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