A Orkutização do Natal


Jingle Bells, Povo Católicoooo!!!!

Acabamos de passar o último domingo do Advento.  O que para o nosso cotidiano quer dizer que… lá se foi a última chance de passar no shopping para comprar presentes!

Uepa!  Tem coisa errada aí, não tem?  Claro!  Você esqueceu também o amigo oculto e a roupa arrasadora que ia comprar para a festa de final de ano!  Ai, caramba! Ainda tem o reveillón na praia com a galera!  Muitas coisas!!!! Acho que só rezando pra conseguir.  Ah… talvez rezar fosse a única coisa a ser feita.  Mas aos poucos, transformamos (ou permitimos transformar) a “encarnação do Verbo” em “festas de fim de ano”.

Parabéns pelos seus 2000 anos!
Pra começar, o que é o Natal?  Pensa aí… 1, 2, 3… seu tempo acabou.  Você provavelmente deu aquela simplificada e mandou: “é o aniversário de Cristo!”.  Muito bem.  Você acertou o que 80% dos católicos pensam ser o Natal.  Tem até padre que puxa parabéns na missa.  Essa, na verdade, foi a primeira fase da orkutização do Natal.

Aniversário é contagem de anos.  É a comemoração de uma data! Mas, não é isso que estamos lembrando no Natal.  Nem tampouco estamos celebrando o simples nascimento de uma criança.  É muito mais do que isso!!!

O que comemoramos verdadeiramente é a encarnação do Verbo. É que Deus se fez homem e habitou entre nós (lembra da oração do Angelus?).  É algo incrívelmente extraordinário que Deus nos ame tanto que se dê ao trabalho de se tornar um de nós.  Mais do que isso: abraçou com tanto amor a nossa miséria que mesmo o seu nascimento ocorreu como o de qualquer outro ser humano, ou seja, por meio de uma mulher.  Tudo começa ali.  A Nova Aliança, a nossa salvação, começa a tormar suas formas definitivas ali,  naquela noite em Belém.

Entender esse significado coloca por terra a famosa encheção de saco dos ateus, sobre a verdadeira data do Natal: pouco importa se Cristo nasceu ou não no dia 25 de dezembro.  O que estamos comemorando é o fato em si, não a data. Mas é fácil esquecer disso, porque abstraímos com muita facilidade o fato de que Jesus Cristo é o próprio Deus.

Mas, não há nada que não possa piorar.

Qual é a coisa mais importante em um aniversário?  O aniversariante?  Nada disso!  É a festa!!!  Claro!  Quando você é convidado para uma festa de aniversário, espera com ansiedade e se arruma horrores pra ocasião.  Mas quantas vezes se lembrou de caprichar no presente do aniversariante?  Quase sempre seu presente é apenas um abraço desejando muitas felicidades (isso se você souber quem é o aniversariante)!

Então, como no Natal estamos simplesmente comemorando o aniversário de Cristo, nada mais natural do que… esquecer Cristo e focar na festa!  Olha aí a segunda fase da orkutização!  Agora temos um monte de tradições vindas de não-sei-onde, mas que certamente não são da Igreja:  Chester, peru, bacalhau, rabanada, presentes, Papai Noel by Coca-cola…  nos preocupamos mais em botar nossos filhos no colo de um cara de barba postiça, do que ensiná-los a grandeza do que realmente aconteceu.

Garanto que São Nicolau era mais simpático...
Importamos um monte de baboseiras que jamais existiram na cena original (como bonecos de neve), ou fazemos loucuras como comer sementes oleaginosas (maravilhosas no rigoroso inverno europeu), suando feito porcos a 40 graus.  Enquanto isso… símbolos oriundos da tradição católica, como a Árvore de Natal, a guirlanda e São Nicolau (o Papai Noel de verdade), se tornam simplesmente adornos sem sentido algum.

Como arte é legal.
Mas como presépio..
Do Presépio então nem se fala.  Não existe símbolo católico mais avacalhado.  Já teve Cristo nascendo em cidade medieval, favela, campo de futebol, MARTE!!!!  Enfim… virou expressão artística, mas perdeu sua função de fazer meditar sobre a encarnação de Deus.

Vai aqui um desafio: quantas vezes você foi à Missa do Galo ou ao menos fez uma contemplação do nascimento de Cristo na noite de Natal? Provavelmente não dava pra fazer isso no meio da festa.  Pois é.  Esse é o Natal de 80% dos católicos.

Mas, não há nada que não possa piorar.

É importante dizer
que esta foto não é minha!!!
Orkutização final: quem tem mais ou menos 30 anos, já recebeu cartão de natal da empresa (em papel) desejando um “Feliz Natal e um próspero ano novo”.  Mas quem tem pouco mais de 20 só recebeu “Boas Festas”.  Pois é.  Não é politicamente correto deixar tão evidente uma festa relacionada a uma religião. Então, a galera agora bota tudo no mesmo bolo e deseja apenas que as festas (repare bem no termo: FESTAS) de fim de ano sejam boas.  Isso inclui aquele mega-rega-bofe da empresa que sempre termina em bebedeira e silêncio no dia seguinte (ou em demissão).

Olhe em volta.  Repare nos out doors, nos cartazes, nos comerciais de TV.  Além da Leader Magazine (“já é natal…”),  ninguém está diferenciando a celebração pela encarnação de Deus, dos festejos pelo incremento de um número ao ano corrente. E quando lembram (como é o caso da referida loja) é só pra lembrar você de fazer compras.  É Papai Noel pra tudo que é lado.  Cristo que é bom…

Mas, não há nada que não possa piorar.

Calma… ainda não piorou.  Mas acho que não falta muito para os feriados religiosos deixarem de existir, por não serem “politicamente corretos”.

Agora, povo católico, depois de tudo isso, não se sintam culpados pelos presentes comprados e nem saiam por aí puxando a barba dos papais noéis (tem plural isso?).  Aproveitem a festa em família.  Mas saibam colocar em primeiro lugar o real motivo da comemoração: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”.

E na verdade, ainda habita.  Lembre-se disso.

Abraços!

Fonte: O Catequista

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