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Cristãos no trabalho e a tentação da vadiagem

O sujeito chega no trampo e sabe que tem tarefas a cumprir, que precisam ser bem-feitas e realizadas com certa agilidade. Porém, mesmo não sendo o Batman, não resiste a dar uma morcegada, gastando boa parte do tempo em que deveria estar trabalhando em distrações improdutivas. Leviandade inocente? Não. O nome certo disso é PECADO, falta contra o Sétimo Mandamento: Não Roubarás.

"Não existe trabalho ruim,
o ruim é ter que trabalhar"
Além de um direito do homem, o trabalho é um DEVER (CIC 2427). Toda pessoa em idade adequada tem a obrigação de honrar a Deus por meio do trabalho, não só para se sustentar, mas também para “prestar serviço à comunidade humana” (CIC 2428). Por isso, os protótipos de Seu Madruga não se criavam nas comunidades cristãs guiadas por São Paulo:
Quem não quer trabalhar também não há de comer (2Ts 3,10).
O Catecismo da Igreja Católica (CIC 2409) nos ensina que o trabalho malfeito é imoral. Afinal, quem fica embromando e não se esforça para cumprir suas obrigações profissionais de forma adequada lesa materialmente aqueles que pagam o seu salário. Além disso, caso faça parte de uma equipe, o morcegão eventualmente sacaneará os seus colegas, que terão que se sacrificar para colocar em dia o que está atrasado ou refazer o trabalho porco.

O trabalho malfeito pode gerar desde pequenos inconvenientes até danos gravíssimos ao próximo. Por outro lado, o trabalho animado por uma verdadeira consciência cristã transforma positivamente a realidade. Como fizeram os monges beneditinos na Idade Média que, seguindo a regra de oração e trabalho de São Bento, impulsionaram o crescimento econômico da Europa, introduzindo técnicas agrícolas, transformando grandes pântanos em terrenos cultiváveis e criando produtos que sustentam até hoje a economia de algumas cidades do continente (como queijos, vinhos e champanhe). E não podemos esquecer seu valiosíssimo trabalho de cópia e preservação dos manuscritos antigos, que impediu que os bárbaros transformassem a Bíblia e diversos textos de sábios gregos em pó.

É no ambiente profissional que a maioria das pessoas passa grande parte de sua vida. Sendo assim, é um dos locais onde Cristo mais precisa que os cristãos deem testemunho dEle. Um funcionário distraído, preguiçoso, incompetente ou irresponsável perde a grande oportunidade de honrar o nome do Senhor diante dos homens. Enquanto isso, um cristão que cumpre as suas obrigações profissionais com amor, porque reconhece que aquela realidade é um dom de Deus, faz a diferença. “Veja o fulaninho, como é competente e prestativo. Ele é meeeegacatólico, sabia?”. Ponto pra Jesus!

Não é à toa que São José Maria Escrivá, um santo do século XX, insistia tanto na busca da santificação por meio do trabalho:
“Seja qual for, o trabalho profissional converte-se numa luz que ilumina os vossos colegas e amigos. Por isso, costumo repetir (…): que me importa que me digam que fulano de tal é (…) um bom cristão – mas um mau sapateiro?! Se não se esforçar por aprender bem o seu ofício, ou por executar o seu trabalho com esmero, não poderá santificá-lo nem oferecê-lo ao Senhor. Ora, a santificação do trabalho ordinário constitui como que o fundamento da verdadeira espiritualidade para aqueles que, como nós, estão decididos a viver na intimidade de Deus, imersos nas realidades temporais.” (Amigos de Deus, 61)
A realidade do trabalho é tão importante que foi assumida por Jesus: até o início de Sua vida pública, Ele trabalhava como qualquer outro homem. Ou vocês acham que São José lhe deu mesada até os 30 anos?
“O trabalho honra os dons do Criador e os talentos recebidos. Também pode ser redentor. Suportando a pena do trabalho unido a Jesus, o artesão de Nazaré e o cru­cificado do Calvário, o homem colabora de certa maneira com o Filho de Deus em sua obra redentora. Mostra-se discípulo de Cristo carregando a cruz, cada dia, na atividade que é chamado a realizar. O trabalho pode ser um meio de santificação e uma animação das realidades terrestres no Espírito de Cristo.” (CIC 2427)
Portanto, basta de vadiagem malemolente! Se você gasta um bom tempo do seu expediente coçando o saco, lixando as unhas, fofocando, tuitando ou facebookeando, alguma coisa está muito errada. Confesse-se, ore e labore!

Fonte: O Catequista

“Ei, católicos, vocês adoram imagens!” “Ah tá. Fale com a minha mão.”

Nem cheirar, nem matar, nem traficar, nem roubar doce de criancinha; o pecado mais atiça a sanha dos nossos irmãos evangélicos é a idolatria. E, nesse ponto, quase todos os católicos vivem sendo “crenticados”.

A estratégia dos nossos acusadores é a da tijolada: pegam uma passagem da Bíblia, tiram ela do seu contexto e a lançam na nossa cabeça, sem dó. Neste caso, o tijolo, isto é, o texto que usam como arma para atacar a nossa fé é o seguinte:
Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. (Ex 20:3-5)
De fato, o texto não deixa margem para dúvidas: prestar culto a imagens de santos, como nós católicos fazemos, seria realmente um pecado gravíssimo… na época do Antigo Testamento. A proibição era, então, absolutamente necessária, mas perdeu o seu sentido quando o Velho deu lugar ao Novo Testamento.

Explico: o povo que vivenciou o Êxodo era, em grande parte, idólatra. A crença no Deus de Abraão, Isaac e Jacó não os imunizou da influência religiosa dos demais povos. Assim, o culto aos ídolos – primeiramente o bezerro de ouro, e depois os baals – era uma fonte de frequentes aborrecimentos e decepções para o Senhor.

Por isso, havia o grande risco de os hebreus perceberem o Deus da Aliança como mais um deus, o que deus estava “em alta” no momento, e não como O Deus, Único e Verdadeiro. Javé precisava deixar claro o abismo que havia entre os ídolos e Ele: Ele não é produto da mente humana, nem tampouco a Sua doutrina. Ele é o Deus que se revelou, Ele é Aquele que É (“Eu Sou Aquele que Sou” – Ex:3-14). Os ídolos, por sua vez, eram patéticos e impotentes objetos de pau, metal ou pedra, que representavam esquemas religiosos e doutrinas criadas pela imaginação humana.

Assim, foi preciso tomar uma medida educativa: proibir que o povo fizesse qualquer imagem do Senhor, para deixar claro que Ele não era mais um deus inventado, moldado por mãos humanas. Ademais, ninguém conhecia o Seu rosto, e nenhuma imagem poderia ficar à altura da Sua imensa glória:
No dia em que o SENHOR vos falou do meio do fogo no Horeb, não vistes figura alguma. Guardai-vos bem de corromper-vos, fazendo figuras de ídolos de qualquer tipo. (Dt 4, 15-16)
Entendida a razão que originou da proibição do culto às imagens? Então, passemos à segunda parte da história…

“Jingle Bells, jingle Bells!…”. Deus finalmente nos mostrou a Sua face. Todo o poder, o amor, a beleza, a misericórdia e a força Deus sem rosto e sem nome cabiam agora no corpo de um Menino. Os olhos dos homens finalmente podiam contemplar a FIGURA do Criador: “Quem Me vê, vê também Aquele que Me enviou” (Jo 12:45).

Talvez o nariz ou os olhos fossem parecidos com os de Sua Mãe. Talvez. Mas o certo que os traços do rosto de Jesus não seriam jamais esquecidos ou ignorados pelos cristãos da comunidade primitiva. As paredes das catacumbas estão lá, para quem quiser e puder ver: pinturas de santos – inclusive de Maria, ó que pecado! – e personagens bíblicos para todo o lado.

Assim, não podemos compreender a Bíblia sem considerar a Tradição da Igreja, que, desde os primeiros séculos, entendeu que os ícones que representavam o Senhor, Maria e os santos exprimiam de forma legítima a fé e a esperança do nosso povo. Não custa lembrar o óbvio: a proibição do culto às imagens está diretamente relacionada ao combate à adoração de outros deuses. Por isso, o mandamento que condena a idolatria não se aplica no caso das imagens católicas, já que estas nos remetem à glória do próprio Cristo. Os ícones católicos nos testemunham sobre a vida de personagens reais e históricos (e não imaginários, como os ídolos), que dedicaram sua vida ao Senhor.

A relação dos católicos com as imagens de Jesus e dos santos é comparável à que qualquer pessoa tem com a fotografia das pessoas amadas. Quando olhamos a imagem de alguém importante para nós, a afeição se projeta; trazemos as fotos com carinho na carteira, colocamos em um canto de destaque na sala, beijamos o papel inerte quando a saudade aperta… E ninguém, por mais imbecil que seja, faria algum comentário infeliz aludindo a “idolatria”.

Pra encerrar, digo que este post não tem o objetivo de fornecer munição para que você, católico, possa se justificar quando te “crenticarem”. Não vale a pena gastar a saliva (a não ser nos raros casos em que há a possibilidade de um diálogo honesto e objetivo). O papo aqui é mesmo para nos ajudar a compreender as raízes da nossa própria identidade. Assim, sabendo quem nós somos e porque nós somos, nos tornamos mais capazes de viver a nossa fé de forma alegre, livre e consciente.

Por isso, se alguém vier lhe chamar de idólatra, não discuta. Manda o cara falar com a sua mão.

Fonte: O Catequista

Papa Francisco na Audiência geral: No Céu Jesus é sempre nosso defensor!


Diante dos milhares de peregrinos que encheram na manhã desta quarta-feira 17 de abril, o Papa Francisco, continuando as catequeses sobre o Credo falou da parte que toca a Ascensão de Jesus ao Céu. 

Primeiramente Francisco explicou que no Credo, encontramos a afirmação de que Jesus "subiu aos céus e está sentado à direita do Pai". 

“A vida terrena de Jesus culmina no evento da Ascensão, que é quando ele passar deste mundo para o Pai, e é elevado à sua direita. Qual é o significado deste evento? Quais são as consequências para a nossa vida?”. 


“O Catecismo da Igreja Católica afirma que "a elevação na cruz significa e anuncia a elevação da ascensão ao céu" (n. 661). Também devemos ser claros em nossa vida cristã, que entrar na glória de Deus requer fidelidade quotidiana à sua vontade, mesmo quando exige sacrifício, ele exige tempo para mudar nossos planos”, explicitou.

O Santo Padre destacou que “a Ascensão de Jesus realmente aconteceu no Monte das Oliveiras, perto do lugar onde ele se retirou em oração antes de sua paixão para ficar em profunda união com o Pai, mais uma vez, vemos que a oração nos dá a graça de viver fiel ao projeto Deus.” 

Não tenhamos medo de nos dirigir ao Senhor e pedir perdão, bênçãos e misericórdia. Ele nos perdoa sempre. Deus é o nosso advogado. Ele nos defende sempre! Não se esqueçam disso.”
Na narração que São Lucas faz do acontecimento, dois elementos chamam a atenção: enquanto era elevado, Jesus abençoava os discípulos que se prostraram diante dele; em seguida, estes voltaram para Jerusalém cheios de alegria. 

“No final do seu Evangelho, São Lucas narra o evento da Ascensão muito brevemente. Jesus levou os discípulos "para fora, até Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. Enquanto os abençoava, apartou-se deles e foi elevado ao céu. E prostraram-se diante dele, e depois voltaram para Jerusalém com grande alegria, e estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus”. 

“Eu gostaria de salientar –prosseguiu o Papa- dois elementos da narração. Primeiro, durante a Ascensão de Jesus cumpriu o gesto de bênção sacerdotal e, certamente, os discípulos expressaram a sua fé com a prostração, de joelhos, inclinando a cabeça. Este é um primeiro ponto importante: Jesus é o único e eterno Sacerdote, que com sua paixão atravessou a morte e o túmulo e ressuscitou e subiu aos céus está com Deus Pai, intercedendo para sempre em nosso favor (cf. Hb 9:24)”. 

“Como diz São João em sua Primeira Epístola Ele é o nosso advogado, que bom ouvir isso! Quando alguém é chamado pelo tribunal ou ser causa, a primeira coisa que ele faz é procurar um advogado para defendê-lo. Nós não temos um, que sempre defende, protege-nos das ciladas do demônio, nos defende de nós mesmos, de nossos pecados! 

" Um segundo elemento: São Lucas menciona que os apóstolos, depois de verem Jesus subir ao céu voltaram para Jerusalém "com grande alegria". Isto parece um pouco estranho. Normalmente, quando estamos separados de nossas famílias, nossos amigos, e na partida final, principalmente por causa da morte, há em nós uma tristeza natural, porque nós não vamos ver seu rosto, não ouviremos a sua voz mais, não podemos desfrutar mais do seu carinho, sua presença. Em vez disso, o evangelista ressalta a profunda alegria dos Apóstolos. Mas por quê? Porque, com os olhos da fé, eles entendem que, apesar de retirado dos seus olhos, Jesus permanece com eles para sempre, não os abandona, e para a glória do Pai, os os apoia, orienta e intercede por eles”.

“Queridos irmãos e irmãs, temos este advogado: não temos medo de ir até ele para pedir perdão, para pedir a bênção, para pedir por misericórdia! Ele sempre nos perdoa, é o nosso advogado nos defende sempre! Por isso, ao professar no Credo que Jesus “subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai”, estamos afirmando que Jesus continua no nosso meio, mas de um modo novo. Cristo, junto do Pai, transcende o espaço e o tempo, e por isso pode estar junto de cada um de nós”, afirmou o Santo Padre.
"Na nossa vida nunca estamos sós: o Senhor Crucificado e Ressuscitado nos guia", concluiu.

Após a catequese o Papa Francisco saudou as dezenas de milhares de peregrinos nas várias línguas, incluindo a língua portuguesa:

“Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem-vindos! Saúdo aos grupos vindos de Brasília, Uberlândia e São Paulo. Lembrai-vos que nunca estais sós: o Senhor crucificado e ressuscitado vos guia, em casa com as vossas famílias e no trabalho, nas dificuldades e nas alegrias, para que leveis ao mundo a primazia do amor de Deus. Obrigado pela vossa presença!”

Fonte: ACI Digital

EU SOU O PRIMEIRO E O ÚLTIMO

No início do Livro do Apocalipse, João, o vidente, faz a experiência da presença do Senhor Jesus: "No meio dos candelabros havia alguém semelhante a um filho de homem, vestido com uma túnica comprida e com uma faixa de ouro em volta do peito. Sua cabeça e seus cabelos eram brancos como lã alvejada, igual à neve, e seus olhos eram como chama de fogo. Seus pés pareciam de bronze incandescente no crisol, e sua voz era como o fragor de águas torrenciais. Na mão direita, tinha sete estrelas, de sua boca saía uma espada afiada, de dois gumes, e seu rosto era como o sol no seu brilho mais forte. Ao vê-lo, caí como morto a seus pés, mas ele pôs sobre mim sua mão direita e disse: Não tenhas medo. Eu sou o Primeiro e o Último, aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para todo o sempre. Eu tenho a chave da Morte e da Morada dos mortos" (Ap 1,13-18). Uma cena celeste, que confirma uma outra, terrena, mas igualmente verdadeira, vivida pelos discípulos de Jesus no dia da Ressurreição: "Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: A paz esteja convosco. Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor" (Jo 20,19-21).


No centro está Jesus vivo e as duas cenas têm lugar no primeiro dia da semana, que chamamos "domingo". Este é o espaço de vida da comunidade cristã, que se reúne, na fé, para o encontro com aquele que é o Senhor e Salvador, o primeiro e o último, o único que pode dar sentido à existência humana e apontar-nos a estrada da eternidade feliz. Por isso a Igreja privilegia o dia de Domingo, valorizado desde os tempos apostólicos: "Não abandonemos as nossas assembleias, como alguns costumam fazer. Antes, procuremos animar-nos mutuamente – tanto mais que vedes o dia aproximar-se" (Hb 10,25).

Quando a Igreja se reúne para a Eucaristia de Domingo, tem como preparação o anúncio de Jesus Cristo, chamado Kerigma, "o encontro com Cristo que dá origem à iniciação cristã. Este encontro deve se renovar constantemente pelo testemunho pessoal, pelo anúncio do Kerigma e pela ação missionária da comunidade. O Kerigma não é somente uma etapa, mas o fio condutor de um processo que culmina na maturidade do discípulo de Jesus Cristo. Sem o Kerigma, os demais aspectos deste processo estão condenados à esterilidade, sem corações verdadeiramente convertidos ao Senhor. Só a partir do Kerigma acontece a possibilidade de uma iniciação cristã verdadeira" (Documento de Aparecida 278). Evangelização e catequese resumem a formação do discípulo missionário de Cristo. Depois, tendo celebrado o mistério e a presença de Cristo, aquele que é o primeiro e o último, o princípio e o fim, alfa e ômega, faz-se necessário praticar o que se crê e o que se celebra.

Toda a vida cristã é então marcada com o sigilo da proclamação do senhorio de Jesus Cristo. A leitura dos Atos dos Apóstolos, oferecida pela Igreja e buscada por todos nós, cristãos, durante o tempo pascal, testemunha o crescimento dos que aderiam "ao Senhor" pela fé, uma grande multidão de homens e mulheres (Cf. At 5,14). Será então possível perceber as características dos cristãos de ontem e hoje. 

Sua vida se fundamenta no reconhecimento de Jesus Cristo como Deus e Salvador. Não existe fora dele qualquer esperança ou sentido de vida. Sua Palavra de vida é reconhecida como fonte para todas as decisões, torna-se norma de comportamento, gera uma nova cultura, estabelece limites morais e, ao mesmo tempo, escancara as portas da liberdade e da felicidade. Garimpando os textos das Cartas de São Paulo, é possível encontrar pérolas como a que se segue: "Tendo vós todos rompido com a mentira, que cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Podeis irar-vos, contanto que não pequeis. Não se ponha o sol sobre vossa ira, e não deis nenhuma chance ao diabo. O que roubava não roube mais; pelo contrário, que se afadigue num trabalho manual honesto, de maneira que sempre tenha alguma coisa para dar aos necessitados. De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes. Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes marcados, como por um sinal, para o dia da redenção. Desapareça do meio de vós todo amargor e exaltação, toda ira e gritaria, ultrajes e toda espécie de maldade. Pelo contrário, sede bondosos e compassivos, uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 4,25-32). 

Para anunciar Jesus Cristo aos outros, à luz da Páscoa de Cristo, o primeiro anúncio e a primeira mudança ocorrem dentro de cada cristão ou cristã. Depois, tornamo-nos propagadores da mesma verdade que liberta, tendo ouvido a palavra de missão dita aos primeiros discípulos e continua a ressoar nas sucessivas gerações: "A paz esteja convosco. Como Pai me enviou, também eu vos envio" (Jo 20,21). 

Mudará então o trato com os bens da terra, com o desafio da comunhão dos bens (Cf. At 2,42-47), o trato com o dinheiro e as relações familiares e sociais: "Perseverai no amor fraterno. Não descuideis da hospitalidade; pois, graças a ela, alguns hospedaram anjos, sem o perceber. Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos que são maltratados, pois também vós tendes um corpo! O matrimônio seja honrado por todos, e o leito conjugal, sem mancha; pois Deus julgará os libertinos e os adúlteros. Que vossa conduta não seja inspirada pelo amor ao dinheiro. Contentai-vos com o que tendes, porque ele próprio disse: Eu nunca te deixarei, jamais te abandonarei" (Hb 13,1-5).

Desafiador? Possível! Com a graça de Deus, sim! Com aquele que é Senhor, primeiro e último, princípio e fim!
Dom Alberto Taveira
Arcebispo de Belém, Pará

Papa Francisco: não são os magos que nos salvam, nem os tarôs ou nós mesmos, somente Jesus salva


Somente no nome de Jesus há salvação: foi o que disse o Papa na manhã desta sexta-feira na breve homilia da missa presidida na capelinha da Casa Santa Marta, no Vaticano. Participaram da celebração alguns sediários pontifícios e um grupo de funcionários da Farmácia vaticana.

Comentando as leituras desta Sexta-feira da Oitava de Páscoa, o Santo Padre recordou com São Pedro que somente no nome de Jesus somos salvos: "Em nenhum outro há salvação".

Pedro, que havia renegado Jesus, agora com coragem, na prisão, dá o seu testemunho diante dos chefes judeus, explicando que é graças à invocação do nome de Jesus que um paralítico é curado. É "aquele nome que nos salva". Pedro não pronuncia aquele nome sozinho, mas "repleto do Espírito Santo".

De fato – explicou Francisco –, "nós não podemos confessar Jesus, não podemos falar sobre Jesus, não podemos dizer algo sobre Jesus sem o Espírito Santo. É o Espírito que nos impele a confessar Jesus ou a falar sobre Jesus ou a ter confiança em Jesus. Jesus que está no nosso caminho da vida, sempre".

Francisco contou um fato: "na Cúria de Buenos Aires trabalha um homem humilde, trabalha há 30 anos; pai de oito filhos. Antes de sair, antes de fazer as coisas, sempre diz: 'Jesus!' E eu, uma vez, perguntei-lhe: 'Por que você sempre diz 'Jesus'?' Quando eu digo 'Jesus' – disse-me este homem humilde – me sinto forte, sinto poder trabalhar, e sei que Ele está a meu lado, que Ele me protege'".

"Este homem – observou – não estudou Teologia, tem somente a graça do Batismo e a força do Espírito. E esse testemunho – afirmou o Papa Francisco – me fez um grande bem": porque nos recorda que "neste mundo que nos oferece tantos salvadores" somente o nome de Jesus salva.

Para resolver seus problemas, muitos recorrem aos magos ou aos tarôs – ressaltou. Mas somente Jesus salva "e devemos dar testemunho disso! Ele é o único".

Por fim, fez um convite a ter Maria como companheira: "Nossa Senhora nos conduz sempre a Jesus", como fez em Caná quando disse: "Fazei aquilo que Ele vos disser!" Assim, confiemo-nos ao nome de Jesus, invoquemos o nome de Jesus, deixando que o Espírito Santo nos impulsione "a fazer esta oração confiante no nome de Jesus – concluiu Francisco – ... nos fará bem!".

A Ressurreição de Cristo é nossa força!, exclama o Papa Francisco


Ante milhares de fiéis presentes na Praça de São Pedro na manhã de hoje, o Papa Francisco retomou as catequeses sobre o Ano da Fé e alentou todos a deixar-se iluminar e transformar pela ressurreição de Cristo, que é a força e a esperança do fiel.

Depois de recordar que o Credo afirma que o Senhor ressuscitou ao terceiro dia, o Santo Padre sublinhou que "esta breve confissão de fé anuncia propriamente o Mistério Pascal, com as primeiras aparições do Ressuscitado a Pedro e aos Doze: a Morte e a Ressurreição de Jesus são propriamente o coração da nossa esperança. Sem esta fé na morte e na ressurreição de Jesus a nossa esperança será frágil, e não será nem sequer esperança".


"Infelizmente, sempre se procurou obscurecer a fé na Ressurreição de Jesus, e também entre os próprios crentes se insinuaram dúvidas. Um pouco daquela fé "água de rosas", como dizemos nós; não é a fé forte. E isto por superficialidade, às vezes por indiferença, ocupados por mil coisas que são consideradas mais importantes que a fé, ou por uma visão somente horizontal da vida".

O Pontífice destacou que "é propriamente a Ressurreição que nos abre à esperança maior, porque abre a nossa vida e a vida do mundo ao futuro eterno de Deus, à felicidade plena, à certeza de que o mal, o pecado, a morte podem ser vencidos. E isto leva a viver com mais confiança as realidades cotidianas, enfrentá-las com coragem e com compromisso".

"A Ressurreição de Cristo ilumina com uma luz nova estas realidades cotidianas. A Ressurreição de Cristo é a nossa força!", exclamou.

Francisco explicou logo que as primeiras testemunhas deste crucial acontecimento foram mulheres, que encontram o sepulcro vazio: "as mulheres são movidas por amor e estão prontas para aceitar este anúncio com fé: acreditam, e imediatamente o transmitem, não o guardam para si mesmas, transmitem-no".

"A alegria de saber que Jesus está vivo, a esperança que enche o coração, não se pode conter. Isto também deve ser feito na nossa vida. Sintamos a alegria de ser cristãos! Nós cremos em um Ressuscitado que venceu o mal e a morte! Tenhamos a coragem de "sair" para levar esta alegria e esta luz a todos os lugares da nossa vida!".

"A Ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza; é o tesouro mais precioso! Como não compartilhar com os outros este tesouro, esta certeza? Não é somente para nós, é para transmiti-la, para doá-la aos outros, compartilhá-la com os outros. É propriamente o nosso testemunho".

O Papa explicou que as mulheres no Evangelho têm um papel primitivo: " as primeiras testemunhas da Ressurreição são as mulheres. E isto é belo. E isto é um pouco a missão das mulheres: das mães, das mulheres! Dar testemunho aos filhos, aos sobrinhos, que Jesus está vivo, está vivo, ressuscitou. Mães e mulheres, sigam adiante com este testemunho!"

"Para Deus conta o coração, o quanto estamos abertos a Ele, se somos como as crianças que confiam. Mas isto nos faz refletir também sobre como as mulheres, na Igreja e no caminho de fé, tiveram e têm também hoje um papel particular no abrir as portas ao Senhor, no segui-Lo e no comunicar a sua Face, porque o olhar de fé tem sempre necessidade do olhar simples e profundo do amor".

Depois de ressaltar que "o encontro com o Ressuscitado transforma, dá uma nova força à fé, um fundamento inabalável", Francisco alentou: "Deixemo-nos iluminar pela Ressurreição de Cristo, deixemo-nos transformar pela sua força, para que também através de nós no mundo os sinais de morte deixem o lugar aos sinais de vida".

Aos jovens que estavam presentes na Praça de São Pedro, o Papa lhe disse que " levem adiante esta certeza: o Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida. Essa é a missão de vocês! Levem adiante esta esperança".

"Estejam ancorados nesta esperança: esta âncora que está no céu; segurem forte a corda, estejam ancorados e levem adiante a esperança.? Vocês, testemunhas de Jesus, levem adiante o testemunho de que Jesus está vivo e isto nos dará esperança, dará esperança a este mundo um pouco envelhecido pelas guerras, pelo mal, pelo pecado. Avante, jovens!", concluiu.

Em português, o Pontífice saudou em especial um grupo de brasileiros do Paraná: "Alegrai-vos e exultai, porque o Senhor Jesus ressuscitou! Deixai-vos iluminar e transformar pela força da Ressurreição de Cristo, para que as vossas existências se convertam num testemunho da vida que é mais forte do que o pecado e a morte. Feliz Páscoa para todos!"

Francisco saudou ainda os mais de dez mil peregrinos da Arquidiocese de Milão, guiados pelo Cardeal Angelo Scola, e especialmente os jovens que se preparam para a Crisma. "Que o Evangelho seja para vocês a regra de vida, como o foi para São Francisco de Assis", disse. A seguir, cumprimentou também os novos diáconos da Companhia de Jesus, com os seus familiares.

Fonte: ACI Digital

ANUNCIAÇÃO DO SENHOR - 25 de Março


Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço. 

Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: "A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade."

Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:

"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’" (cf. Lc 1,26-38).

Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: "Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade" (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.

Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: "Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco" (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:

"Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

Sagrada Família - 30 de Dezembro


Se o Natal tiver sido ao domingo; não tendo sido assim, a Sagrada Família celebrar-se-á no domingo dentro da Oitava do Natal.

Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964:

O exemplo de Nazaré:

Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la.

Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas!

Mas estamos aqui apenas de passagem e temos de renunciar ao desejo de continuar nesta casa o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. No entanto, não partiremos deste lugar sem termos recolhido, quase furtivamente, algumas breves lições de Nazaré.

Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito, tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto estrépito e tantos clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo. Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê.

Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social. 

Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa mas redentora, do trabalho humano; restabelecer a consciência da sua dignidade, de modo que todos a sentissem; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que a sua liberdade e dignidade se fundamentam não só em motivos econômicos, mas também naquelas realidades que o orientam para um fim mais nobre. Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande Modelo, o seu Irmão divino, o Profeta de todas as causas justas que lhes dizem respeito, Cristo Nosso Senhor. 

João Paulo II, na Carta dirigida à família, por ocasião do Ano Internacional da Família, 1994, escreve:

A Sagrada Família é a primeira de tantas outras famílias santas. O Concílio recordou que a santidade é a vocação universal dos batizados (LG 40). Como no passado, também na nossa época não faltam testemunhas do "evangelho da família", mesmo que não sejam conhecidas nem proclamadas santas pela Igreja...

A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção.

Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós!

CRISTO REI DO UNIVERSO



O Ano Litúrgico, constituído por diversos ciclos, termina com a Festa de Cristo Rei. Jesus nasce com o título de Rei e é agora proclamado pela Igreja como Rei do universo. É o cume de um reinado que foi manifestado num amor extremo, selado na cruz e na glorificação eterna.

Numa visão, o profeta Daniel contempla o trono de Deus e seu juízo sobre o mundo. Ele vê também alguém como “filho de homem” sobre o trono (Dn 7, 9-14). Nos Evangelhos, a expressão “filho de homem” refere-se a Jesus Cristo, àquele que veio do alto para construir o Reino de Deus.

Devemos entender que não são os poderes do mundo que determinam a história, mas sim, aquele que é o Senhor da história, fazendo triunfar o seu Reino. Isto significa que a última palavra sobre o mundo pertence a Deus. É até uma questão de fé e certeza de que as forças do mundo são meramente passageiras.

O centro da história é Jesus Cristo, que veio como Rei, caminha como Rei e termina seu ciclo na terra como Rei. É o mesmo que dizer: “aquele que é, que era e que vem”. Ele é o cumprimento da Aliança feita por Deus com Abraão lá no passado, que só acontece no gesto de doação total na prática do amor.

Mesmo dizendo que o Brasil é o maior país cristão do mundo, Jesus continua sendo o grande desconhecido pelo nosso povo. Desta forma, não criamos paixão por Ele e agimos de forma desregrada, sem compromisso social e ferindo a dignidade das pessoas. Não conseguimos perceber que o amor cristão implica defender a vida do outro, que tem o mesmo direito que nós.

Jesus nunca impôs seu poder através do uso da violência desumana, porque não tinha pretensões egoístas. Sua ação ia além dos limites do mundo e passava por uma prática de testemunho coerente e visível aos olhos da sociedade de seu tempo. Com isto Ele instaurou um reinado que contradiz com os poderes mundanos.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba - MG

APRENDENDO A VIVER


"Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia, mas ele não queria que ninguém o soubesse. Ele ensinava seus discípulos" (Mc 9,30-31). O Senhor foi reconhecido e chamado, muitas vezes, de Rabi, Mestre. Reuniu, em torno de si, discípulos que dele aprendiam as lições da vida, aproveitando os encontros e desencontros diários. Uma das mais incômodas de tais lições, e a mais decisiva, foi o anúncio da Paixão, repetida pelo menos três vezes. "Mas eles não compreendiam o que lhes dizia e tinham medo de perguntar” (Mc 9,32). Eram como estudantes, cujo interesse não tem coragem de ir ao fundo das questões. No final das contas, na hora decisiva, a “turma de alunos” se dispersou. Após a Ressurreição, “Jesus apareceu aos onze discípulos, enquanto estavam comendo. Ele os criticou pela falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (Mc 16, 14).


Quando crianças, nossos pais nos ensinaram lições de civilidade. Quantas vezes ouvimos recomendações tão concretas e importantes: não “avançar” na comida, esperar os outros se servirem primeiro, dizer “muito obrigado”, pedir a bênção, lavar as mãos, prestar atenção, não dizer palavrões! E se cristãs são as nossas famílias, tivemos a alegria de ouvir "o que se faz ao próximo é ao próprio Jesus que se faz". Quantas e belas lições nos deixaram os gestos de caridade dos que nos precederam no caminho da vida, imprimindo, em nossos corações, valores que dão um timbre diferente ao que fazemos pela vida afora! Como “é de pequeno que se torce o pepino”, ou aprendemos cedo ou, então, podemos nos converter, fazendo-nos crianças depois de grandes!

Os discípulos de Jesus entraram continuamente na escola. Quando disputavam os primeiros lugares ou queriam saber quem era o maior, Jesus convida, numa das lições mais preciosas, a assumirem o último lugar, o espaço do serviço humilde, superando as competições, “criar espaço para o irmão, levando os fardos uns dos outros (Cf. Gl 6,2) e rejeitando as tentações egoístas que sempre nos insidiam e geram competição, arrivismo, suspeitas, ciúmes” (Novo Millenio ineunte 43).

O mundo competitivo em que vivemos convida a uma corrida tantas vezes desenfreada e desrespeitosa à dignidade e aos direitos básicos das pessoas humanas. No "vale-tudo" cotidiano, percorre-se um roteiro que vai do troco da mercearia às grandes fortunas alcançadas a preço de corrupção, lavagem de dinheiro e outras mazelas hoje postas à vista de todos, inclusive nos julgamentos realizados nas mais altas esferas da magistratura e que podem ser assistidos pelos meios de comunicação. Para passar à frente, conquistar e manter o poder, os limites éticos são ignorados ou desprezados, e as cifras, descritas pelo menos em milhões, causam indignação aos que têm um mínimo de consciência da cidadania. Menos mal que alguma luz, esperamos consistente, aparece no fundo do túnel.

A disputa pelo poder legislativo e executivo municipal, corrente nos dias que precedem as eleições, é legítima numa sociedade democrática, mas cabe aos cidadãos o filtro da consciência que lhes possibilite decidir bem, alçando aos cargos em jogo pessoas que sejam dignas, as melhores ou, pelo menos, as “menos piores”.  Se nos referimos às raízes familiares das pessoas no processo educativo, vale aqui recomendar a todos, com simplicidade e clareza, que os candidatos aos cargos devem ter uma folha de serviços que possibilite conferir o que fizeram e como fizeram pelo bem da sociedade. É bom saber com que “companhia” andaram ou andam, para recordar os antigos e sábios conselhos dos mais velhos. Quem compartilhou aventuras com as muitas quadrilhas existentes, pode até mudar, mas é bom verificar com calma. Foram ainda os nossos pais que ensinaram o quanto são complicadas as pessoas que contam muitas vantagens. O valentão da esquina, o que pensa ser dono da rua ou do mundo, costuma ter muita coisa a esconder! Espero que sejamos mais sábios, pois as promessas correntes nas campanhas são tantas vezes irreais.

Enfim, há valores para nós cristãos irrenunciáveis: a vida desde a fecundação até seu ocaso natural, o plano de Deus que criou o homem e a mulher, no maravilhoso projeto de realização descrito no livro do Gênesis; a dignidade do matrimônio e da família, a não interferência dos poderes públicos na paternidade e maternidade responsáveis, a liberdade religiosa, ao lado de outros deles decorrentes. Dentro de tal horizonte, restam-nos alguns dias para refletir e decidir conscientemente. O Senhor nos ajude, para que possamos contribuir para uma sociedade mais digna e justa.

Dom Alberto Taveira Corrêa

#RESSURREIÇÃO

O senhor ressucitado deixou-Se tocar pelos discípulos, comeu com eles e mostrou-lhes as feridas da Sua Paixão. No entanto, o Seu corpo já não pertencia mais a aeste mundo, mas ao âmbito divino do Pai.

Agora que a morte já não é mais o fim de tudo, veio ao mundo a alegria e a esperança. Depois de a morte deixar de ter poder sobre Jesus, também já não tem mais poder sobre nós, porque pertencemos a Jesus.

Cristo ressuscitado, que trás as feridas da crucifixão, não está mais ligado ao espaço e ao tempo. Ele pôde passar através de portas trancadas e aparecer aos seus discípulos em diferentes lugares e numa forma que eles não O reconheceram imediatamente. A ressurreição de Cristo não foi, portanto, um regresso à vida terrena normal, mas a entrada numa nova forma de ser: “Sabemos que, uma vez ressuscitado dos mortos, Cristo já não pode morrer; a morte já não tem domínio sobre Ele.” (Rm 6, 9) [107, 108]

SEJAMOS APAIXONADOS POR CRISTO

Estamos acostumados a ouvir falar tanto de amor quanto de paixão, mas será que sabemos o verdadeiro significado desses sentimentos? As pessoas geralmente os confundem. A paixão é o sentimento que dá impulso, que dá coragem e, por isso, quando estamos apaixonados temos a coragem de nos declarar, de fazer “loucuras”. Já o amor é um sentimento tranquilo, sereno. Mas ambos andam lado a lado, sabe por quê? Porque a paixão se torna amor.

Assim que Jesus amou
Cristo, quando veio ao mundo e se encontrou com a humanidade, Ele a amou. Mas por que Deus deixou com que Seu único Filho fosse crucificado? Porque Ele nos ama, porque Ele é apaixonado por nós! Foi o amor e a paixão que fizeram com que Jesus pudesse suportar tudo. Será que nós sabemos realmente amar? Será que somos apaixonados por esse Deus tão misericordioso?

Amados, nós devemos ser apaixonados pelo Senhor e essa paixão deve fazer com que larguemos a “vida velha” e vivamos a “vida nova” que Ele tem para nós. O nosso amor pelo Pai deve ser capaz de fazer com que renunciemos a tudo que não agrada a Deus.

Quando estamos amando, só de pensar em estar perto do amado faz nosso coração palpitar, dá um “frio na barriga”, não é verdade? Assim também deve ser quando vamos nos encontrar com Jesus na Santa Missa, quando Ele vem a nós na Santa Eucaristia. Eu me recordo de quando fiz a Primeira Comunhão há mais ou menos um ano. Lembro que quando chegou o momento em que eu iria para a fila da comunhão, meu coração batia extremamente rápido, minhas mãos suavam; quando eu recebi Jesus, meus olhos se encheram de lágrimas de felicidade, de alegria. Naquele instante, eu percebi que algo novo acontecia, o Cristo vivo entrou no meu coração e me fez entender o que é o verdadeiro amor.

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso, não é arrogante nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita nem guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo perdoa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,4-7). É essa forma de amar que Deus quer de nós, um amor desinteressado, puro.

Devemos viver esse amor e fazer com que as pessoas à nossa volta vivam-no também. Nós não levamos ninguém para o céu, mas podemos fazer com que quem amamos viva o céu aqui na terra. Um dia, todos já moramos no céu e é para lá que voltaremos. Deus quer isso, Ele quer Seus filhos por perto.

Desejo que você se apaixone por Cristo e que O ame também. Que você não tenha medo de abandonar tudo por Ele.

Paz e fogo!
Fraternalmente,
Fabiana Araújo
Fonte: Destrave

2012 E O "FIM DO MUNDO"

Iniciamos o ano de 2012. Ano frequentemente presente nos últimos meses na grande mídia (páginas web, redes sociais, e inclusive nas telas de cinema), especialmente por conta de supostas profecias que preveriam o fim do mundo para os seus dias. A esta data se chegou por intermédio de um complexo emaranhado de conjecturas que levariam a crer que o fim dos tempos coincidiria com o fim do calendário Maia, ou seja, em dezembro deste ano.

Afinal, há real motivo para nos preocuparmos?

Em primeiro lugar, há que se dizer que tais supostas profecias não constituem novidades na história da humanidade. Ao longo dos séculos foram muitos os pseudoprofetas que alardearam um fim do mundo iminente gerando grande inquietação entre os mais crédulos. Perderíamos a conta se fôssemos averiguar quantas vezes o “mundo já acabou”. Na própria época em que o Senhor estava em carne mortal em meio a nós, já existiam tais suposições. A resposta de Cristo? “Daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc 13,32).

Um cristão não deve se preocupar com estas supostas previsões, pois o mesmo Senhor, que nos revelou todo o necessário para nossa salvação e felicidade, quis preservar no mistério de Deus o dia e a hora em que este mundo teria fim. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica (cf. n. 65), em Cristo o Pai nos disse tudo. Não haverá outra revelação além dessa. E o grande doutor místico espanhol, São João da Cruz, afirmava em sua “Subida ao Monte Carmelo”: «Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra - e não tem outra – [Deus] disse-nos tudo ao mesmo tempo e de uma só vez nesta Palavra única e já nada mais tem para dizer. [...] Porque o que antes disse parcialmente pelos profetas, revelou-o totalmente, dando-nos o Todo que é o seu Filho. E por isso, quem agora quisesse consultar a Deus ou pedir-Lhe alguma visão ou revelação, não só cometeria um disparate, mas faria agravo a Deus, por não pôr os olhos totalmente em Cristo e buscar fora d'Ele outra realidade ou novidade».

O Magistério da Igreja, seguindo os passos de seu Fundador, decretou em 1516, no V Concílio de Latrão: “Mandamos a todos os que estão, ou futuramente estarão, incumbidos da pregação, que de modo nenhum presumam afirmar ou apregoar determinado juízo. Com efeito, a Verdade diz: 'Não toca a vós ter conhecimento dos tempos e momentos que o Pai fixou por Sua própria autoridade'. Consta que os que até hoje ousaram afirmar tais coisas mentiram e, por causa deles, não pouco sofreu a autoridade daqueles que pregam com retidão. Ninguém ouse predizer o futuro apelando para a Sagrada Escritura, nem afirmar o que quer que seja, como se o tivesse recebido do Espírito Santo ou de revelação particular, nem ouse apoiar-se sobre conjecturas vãs ou despropositadas. Cada qual deve, segundo o preceito divino, pregar o Evangelho a toda criatura, aprender a detestar o vício, recomendar e ensinar a prática das virtudes, a paz e a caridade mútua, tão recomendada por nosso Redentor.”

Sabemos, pela fé, que este mundo não é definitivo, e cremos, como rezamos frequentemente no Símbolo Apostólico, que o Senhor voltará glorioso para julgar vivos e mortos. E qual deve ser nossa atitude enquanto Ele não aparece em Sua glória? É o próprio Senhor quem nos responde: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24,42). Essa deve ser, portanto, a nossa atitude: a de espera. É justamente por isso que o fim do mundo jamais deverá surpreender a um fiel cristão, que não pode temer nem a vida, nem a morte. Para ele, o fim do mundo não será uma surpresa, pois ele o espera. Espera ansiosamente o encontro final com o Senhor de sua vida, a alegria sem fim, fruto da contemplação face a face do Amado de nossas almas. Os primeiros cristãos, nossos pais na fé, desejavam ardentemente essa vinda do Senhor ao suplicarem: "Vem, Senhor Jesus!" (cf. Ap 22,20).

A esperança cristã, no entanto, não nos faz desentendermos das coisas desta terra. Ao contrário, pelo fato de esperamos novos céus e nova terra, trabalhamos intensamente para estar preparados para este dia. Diante da consciência de que este mundo - tal qual conhecemos - não durará para sempre, somos interpelados a aproveitar ao máximo cada segundo que a paciência de Deus nos concede, para nos convertermos à Sua santa vontade. Na realização livre dos planos que o Todo-poderoso sonhou desde sempre para cada um de nós está a nossa felicidade, e, em definitiva, é só isso o que importa: querer o querer de Deus.

Certa vez os amigos de um jovem santo - dizem que foi São Luiz Gonzaga - perguntavam entre si o que fariam se soubessem que o mundo acabaria naquele exato momento. As respostas foram muitas: um buscaria confessar-se o quanto antes, o outro procuraria reconciliar-se com os seus familiares, etc. A resposta do santo? “Continuaria jogando, como estou fazendo agora”. Essa tranquilidade é consequência de saber-se em cada momento na vontade de Deus. Quem nela está não se preocupa se o mundo terminará hoje ou amanhã, pois em cada momento está preparado, esperando ansiosamente o encontro último com seu Senhor.


Padre Demétrio Gomes
Diretor do Instituto Filosófico e Teológico do
Seminário Arquidiocesano São José de Niterói

NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS!

"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”." Lc 6,36-38

Eis um dos temas principais da pregação de Jesus, o perdão e o amor ao próximo. Chama-nos o Senhor a agirmos, e mais profundamente, a sermos, em favor do outro, a nossa vida assim ser voltada, fazer parte da nossa vida. Este ensino se perpetua por todo o evangelho, e ele nos ensina muito mais com sua vida e com o mostrar da vida de Deus em toda a história, do que meras orientações. Perdoar-mos, amarmos, por que Deus é assim!

Mas até onde, de que maneira amarmos? assim como ele nos amou.
Quantas vezes perdoarmos? setenta vezes sete, ou todas as vezes.
De que maneira perdoarmos? dando festa para o filho que volta ao lar.
Até quem devemos perdoar? Até os nossos algozes, na cruz.
Por que perdoarmos? por que assim é nosso Pai do Céu.
Mas devemos amar só a quem nos é caro? ao samaritano, desconhecido e de uma raça de inimizade conosco, que encontrarmos precisando no caminho.
Por que darmos do que é nosso? por que também nos será dado, uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo.
Mas e quem não merecer ser perdoado? - Mas não merecer de acordo com quem? Não é Deus o juiz? não cabe a ele julgar? não devemos julgar para não sermos julgados;
Mas não posso dar em paga o mal merecido? - Mas assim, seremos nós quem condenemos? um só não é o nosso juiz? e aqueles que condenam serão condenados;
Mas então não posso desejar o mau para quem é mal? Deus foi bem claro de dizer sem acrescentar condição que aqueles que perdoam, serão perdoados.

A graça, é ela quem nos faz viver segundo Deus. Na verdade, o homem com sua concupiscência, em seu egoísmo, não é capaz de dar uma esmola , gastar seu tempo, fazer gentilezas despendiosas, perder em vista do outro. Mas ainda assim não pode negar, este é o ensinamento de Jesus, e a Palavra de Deus. Palavra que queima por dentro. Ela é o que somos, todo o homem, chamados a viver. Isto é muito mais do que fazer o bem a alguém, isto é o viver o que fomos feito para ser.

E se ainda não vemos, não percebemos isto, temos de começar, para só então perceber que é nisto que está nossa verdadeira alegria, e se ainda não temos força, peçamos a graça. Aquele que nos criou, e que é Pai do necessitado e do nosso ofensor, quer nos dar esta alegria de amar, muito mais do que o maior desejo de alguém de nós possa ter por vivê-lo.

Peçamos pois ao dono da graça, e com sua ajuda e companhia demos o nosso primeiro passo, e depois o segundo, ...

POR QUE FOI NECESSÁRIA A MORTE DE CRISTO? - A RESPOSTA CATÓLICA

Você já deve ter se perguntado: Se Jesus era Deus, então, Por que foi necessária a morte de Cristo? Padre Paulo Ricardo nos responde com toda a sabedoria. 





ASSISTA O VÍDEO

JESUS ESTÁ DISFARÇADO EM SUA CASA

 Você pode não acreditar mas, Jesus está disfraçado na sua casa. "Na minha casa?! Olha direito na Bíblia porque está errado o endereço!"
Sim! Jesus está disfaçado nesta casa cheia de problemas e dificuldades, está casa que muitas vez está lhe dando uma enorme dor de cabeça, Jesus está em sua casa. Mas, "Enquanto não passar a enchergar cada um com os olhos do próprio Cristo é impossivel chegar a experiência do amor" Padre Léo




PARTE 1


PARTE 2

EUCARISTIA, ENCONTRO DE AMOR E FIDELIDADE

Recordo-me como se fosse ontem. Tinha apenas sete anos quando, convidada por minha vizinha, fui pela primeira vez à missa. Confesso que ali algo aconteceu em minha vida. Imaginem uma criança que não sabia ler direito, não sabia qual era o significado daquela celebração, mas tinha no coração a certeza de que Alguém muito importante estava ali e ela deveria se encontrar com Ele sempre.

Gostaria que estes minutos de leitura nos ajudassem a contemplar este mistério de amor que nos foi deixado aqui na terra, enquanto caminhamos como peregrinos rumo à pátria celeste. Mistério que não se desvenda ou se explica, mas se contempla, ama e acolhe.

Quem nos ajuda neste itinerário é o beato João Paulo II, na sua carta apostólica Mane Nobiscum Domine. No segundo capítulo, intitulado: “Eucaristia, mistério de Luz” nos apresenta a passagem dos discípulos de Emaús. “De fato, a narração da aparição de Jesus ressuscitado aos dois discípulos de Emaús ajuda-nos a por em destaque um primeiro aspecto do mistério eucarístico, que deve estar sempre presente na devoção do povo de Deus: a Eucaristia, mistério de luz! Na Transfiguração e Ressurreição do Senhor, vimos claramente a sua glória. Porém, na Eucaristia, a sua glória está velada. O sacramento eucarístico é o “mysterium fidei” por excelência e, todavia, precisamente através desse sacramento, da sua total ocultação, Cristo torna-se mistério de luz, mediante o qual o fiel é introduzido nas profundezas da vida divina.”

Estamos, portanto, diante de uma graça extraordinária e uma oportunidade única de poder nos aproximar do Sagrado Mistério. É maravilhoso e edificante ver aquelas pessoas simples e fervorosas na fé que, para participarem da Santa Missa, empreendem uma verdadeira viagem. Vão a pé, a cavalo, de carroça, de ônibus, pau de arara. Algum tempo atrás, contam nossos avós, tínhamos a nossa chamada roupa de missa. Era usada nessa ocasião especial. Toda a família se encaminhava na direção do Senhor da história e único que pode dar sentido à vida. Essas coisas boas não poderiam ser esquecidas, mas atualizadas. João Paulo II ressalta ainda o valor do Domingo, como o Dia do Senhor Ressuscitado e dia especial da Igreja. Dia de participar ativamente da Sagrada Eucaristia, pois ela é o coração do Domingo.

Seria muito reduzido comparar a Eucaristia com o combustível, mas o exemplo nos ajudará. Sabemos todos, principalmente quem é motorista, que quanto mais usamos um carro mais ele precisa estar em dia com a manutençao e o combustível. Na nossa vida espiritual é a mesma coisa, ou melhor, com mais exigências. Sabemos que temos tantas coisas para fazer durante a semana: trabalho, estudo, reuniões, relacionamento familiar, lutas contra o pecado do egoísmo, do consumismo, e mesmo momentos de lazer e tranquilidade.
Tudo isso requer que estejamos inteiros e façamos tudo como cristãos que somos, e não simplesmente máquinas, pessoas sem coração, sem alma, sem sentido. E Deus tem um banquete preparado para mim e para você toda a semana. Uma recarga grandiosa que vem diretamento do céu e não se esgota jamais. A Eucaristia é o combustível divino para o nosso desgate físico, psicológico e espiritual. Somos saciados com a mais “fina flor do trigo e o mel do rochedo” (Salmos 81,17). Um cristão sem a Eucaristia é um carro que não funciona, não sai do lugar.

Todas essas dimensões da Eucaristia se encontram num aspecto que, mais do que qualquer outro, põe à prova a nossa fé: é o mistério da presença “real”. Com toda a tradição da Igreja, acreditamos que, sob as espécies eucarísticas, está realmente presente Jesus. Uma presença – como eficazmente explicou o Papa Paulo VI – que se diz “real”, não por exclusão, como se as outras formas de presença não fossem reais, mas por antonomásia, enquanto, por ela, se torna substancialmente presente Cristo completo na realidade do seu corpo e do seu sangue. Por isso, a fé pede-nos para estarmos diante da Eucaristia com a consciência de que estamos na presença do próprio Cristo. É precisamente a sua presença que dá às outras dimensões – de banquete, memorial da Páscoa, antecipação escatológica – um significado que ultrapassa, e muito, o de puro simbolismo. A Eucaristia é mistério de presença, mediante o qual se realiza de modo excelso a promessa que Jesus fez de ficar conosco até ao fim do mundo: “Eu estou convosco todos os dias” (Mt 28,20). Esta abertura ao transcendente é que nos induz a um “obrigado” perene.

 
Por Cristiane Monteiro, membro da Comunidade Canção Nova



Fonte: Jovens Conectados