Na evangelização, precisamos levar as pessoas a experimentar cada vez mais o Deus vivo e verdadeiro.
No Brasil, tivemos os problemas da ditadura militar. A América Latina viveu mais leis terríveis que aprovavam a morte de todos os que iam contra o regime, e nada foi resolvido. Também o comunismo que ainda sobra em alguns pequenos países do mundo, a exemplo de Cuba, tem leis terríveis.
“A lei pela lei” não resolve nada. É preciso ter uma experiência que é fruto, em primeiro lugar, do saber a quem pertencemos.
Tenho um carinho muito especial pelos surdos-mudos, cujo modo de ouvir a Deus, cuja sensibilidade, impressiona-me. Eles expressam esse Deus que cria, modela o ser humano e liberta. Eles nos mostram que precisamos nos revestir de um homem novo, criado segundo a imagem e semelhante de Deus.
É esse o milagre. Precisa haver em nós a certeza de que esse milagre nos compromete, colocando-nos a serviço de Deus.
A humanidade hoje está muito envolvida por músicas, novelas, críticas, ofensas. Isso gera cegueira espiritual e banalização do bem. Nossos membros, que poderiam ser usados de maneira positiva, tornam-se instrumentos de pecado. Critica-se os defeitos alheios e esquece-se dos próprios.
Renuncie a tudo isso e deixe a luz de Deus brilhar dentro de você: “das trevas brilha a luz”.
Quando essa luz não resplandece, o coração humano fica endurecido. O coração humano precisa irradiar o esplendor de Deus. Somos tesouros em vasos de barro. Dentro de nós precisa transparecer o Deus lindo, profundo e maravilhoso.
Há fatos muito importantes na Palavra de Deus que mostram o esplendor de Deus, manifestado em seus filhos:
O Senhor escolhe Sara e Abraão, na velhice, para serem os pais de Isaac. Poderia ter chamado um casal mais jovem, porém, quis manifestar Sua Glória.
Deus também usa Moisés, que era gago, como um instrumento para libertar os israelitas, de onde viria o Salvador do Mundo.
Em 1994, vivi uma experiência que mudou a minha forma de pensar e agir; compreendi o verdadeiro sentido do meu sacerdócio. Surpreendi-me ao saber que havia sido escolhido para lançar os meus livros recém-escritos na 13ª bienal do livro em São Paulo. Para tanto, deveria enviar para Editora a minha biografia, para ser registrada na Câmara Brasileira do livro, juntamente com a fotografia.
Passado um tempo, finalmente comecei a digitar minha biografia no computador já estava na sexta folha (ainda queria escrever mais, porque quando temos a oportunidade de falar bem de nós, porque não fazê-lo?). Mal sabia eu o que me esperava!
Interrompi meu trabalho e fui rezar. Nas orações, pedi que o Senhor me desse inspiração para escrever mais. Então, tive uma visualização. “vi uma câmera de televisão que filmava o Biguá, onde nasci, e minha casa. Fui ficando triste, chateado. A câmera filmou o curral e, em seguida, a vaca. Passado um tempo, o foco parou no estrume da vaca.”.
Senti-me como aquele “resto” de vaca. Ao mesmo tempo podia ver todas as minhas misérias, os meus pecados, o meu orgulho. Então, terminando esse momento de grande descoberta, voltei para minha casa e, no computador, apaguei tudo o que estava escrito.
No dia seguinte, a editora me pediu o trabalho concluído e a foto. Pensei comigo: “meu Deus, se mando aquela foto que o Senhor me mostrou como será?” Era duro... Então, eu não queria mandar nada. (Há pessoas tão orgulhosas que, quando ouve um relâmpago, fazem pose, achando que é Deus tirando foto; assim era o Padre Léo!)
Fiquei uns cinco dias em silêncio e fui rezar novamente. Tornei a ter a visualização daquela câmera e o mesmo lugar no Biguá.
Agora eu não era mais verde, era preto, estava me convertendo... Tinha murchado de tamanho e estava todo rachado, sequinho. Então, o meu pai se aproximou com um carrinho de mão e estacionou ao meu lado. Ele me pegou e me jogou de bruços no carrinho; me levou embora.
Quando paramos, vi que ao meu redor havia uma cerca de bambu e, dentro dela, uma horta (aliás, uma das hortas mais bonitas que eu já vi em toda a minha vida). Meu pai me pegou, me esmigalhou com as mãos e me pôs no canteiro.
Finalmente compreendi o desígnio do Senhor: até aquele momento, tinha desejado ser importante, grande. Todavia, era preferível que eu fosse um monte de cocô, que se transforma em esterco para ser usado com fermento pelo agricultor e dar frutos, a ser usado nas mãos do encardido.
Seja “esterco” nas mãos do Espírito Santo! Estou aprendendo a ser este esterco e, quando mais o for, mais o Senhor me usa. Até hoje me recordo daquela visualização. Deus me conhece sabe quem eu sou e me ama.
Deus o ama, acredite! O seu coração bate 108 mil vezes por dia; a cada batida Deus diz: “eu te amo!” creia nisso!
Trecho do livro "Na trilha da Cura" de padre Léo, SCJ
1 comentários:
DEUS NOS CONHECE COMO NINGUEM.MUITO LEGAL ESSA HISTORIA,POIS PRECISAMOS PARAR DE ACHAR QUE SOMOS O CENTRO DE TUDO.
Postar um comentário